Como é que o PS entende as palavras do Presidente, como um recado, uma ameaça, um aviso?
Eu começo por dizer que o PS teve em todos os momentos da preparação desta lei de bases até ao momento da sua apresentação, inclusive já no momento do debate, nunca exclui ninguém, sempre se colocou numa posição de agregar à volta de uma proposta que é tão querida e desejada pela maioria dos portugueses, pela defesa do SNS, que verdadeiramente agregue todos os defensores do SNS. Portanto, tendo sido esse o caminho do PS considero que as palavras do Sr. PR não são uma preocupação para o PS, devem ser sim uma preocupação para o PSD que neste processo ainda não disse ao que vinha, o que pretendia, ainda não se colocou como verdadeiro defensor do SNS. Assim esperamos que possa evoluir nessa perspetiva. O que tivemos foi uma lei que durou muitos anos sobre este tema, também não foi o PS que lhe deu a instabilidade ou a alteração por via de alterações conjunturais posteriores.

Isso significa que o PS considera aceitável o PR deixar no ar que se a lei for aprovada à esquerda com maioria no Parlamento ainda assim será vetada?
Sobre isso não me estou a pronunciar.

Eu percebi. Estou a pedir-lhe para se pronunciar sobre as palavras do PS em nome do PS.
Sobre isso não me poderei pronunciar antes do grupo parlamentar poder discutir e analisar nessa lógica mais conjunta. Portanto, nessa perspetiva não me posso pronunciar. O que eu posso dizer é que parece-me claro que as palavras de preocupação do Sr. PR são para quem não tem estado, não tem conseguido apresentar-se neste debate como um proponente e construtor ativo de uma proposta que responda ao apelo dos portugueses que é a defesa do SNS. Por isso, julgo que esta mensagem é claramente dirigida ao PSD, que naturalmente tem neste momento a oportunidade de vir a jogo e demonstrar que é um verdadeiro defensor do SNS, que é este o caminho de uma proposta humanista, fundada nas ideias de Antonio Arnaut. Espero que o PSD seja proativo assim como o PR o apela.

Que posição tem o PS? As leis da Assembleia da República devem ser aprovadas por maioria como exige a Lei ou neste caso concreto o PS considera que tem de ser mais do que isso, ou seja, uma lei de regime como pede o PR?
Eu acho que as leis devem ser respeitadas quer por quem as produz quer por quem as promulga. Portanto, nesse sentido, não considero nem a AR nem quem as promulga se deva colocar numa situação de criar condições para além daquelas que as regras impõem. Sobre isso, não faço mais nenhum comentário.

Ou seja, para o PS uma lei deve ser aprovada segundo as regras que são estabelecidas pelo Parlamento…
Para mim, para mim as regras quer do legislador quer de quem promulga são as regras que estão em vigor, não existem rigorosamente mais regras. Portanto, todas as outras poderão ser bem vistas ou não bem vistas mas não são impositivas.

Ou seja, então não faz sentido o PR pedir ou exigir uma lei de regime, tendo em conta isso que nos acaba de dizer
O que lhe disse foi que as regras existem e estão na Constituição e são muito claras e é nesse contexto que defenderemos o SNS.